sexta-feira, janeiro 11, 2008

Putescas, Phalóphilas e Políticas - De Novo o Gume Experimenta a Poesia...

I

«Casa de Bem» é o dito no letreiro
No lar de D. Engrácia e D. Cusca;
Aclara-o um pontudo candeeiro
Que uma tesuda porra à vez ofusca.

Na casa em frente tem «Casa do Bom»
A placa das seis manas fodilhonas;
Pitucha, que é mais velha, dá o tom;
E a um sinal seu, as manas dão as conas!

D. Policarpo, bispo da Parvónia,
Vindo pregar e achando dissolutas
As suas rezas no portão das mouras,

Achou por bem ditar, na Cerimónia,
Tratar sérias senhoras como putas
E as putas como íntegras senhoras!

Lisboa (Sapadores), 03/01/08

II

Irra Gertrudes, não te faças santa
Que é coisa que me assanha que nem sonhas!
És casta só se o bicho não levanta!
Por isso, filha, deixa-te de ronhas!

Tens aqui, faminta e bem espigada,
A minha haste túmida e lambona:
Mama esse tronco, vá, não custa nada,
Que já to afundo, ò sôfrega, na cona!

Deixa-te lá de rezas e mezinhas
E guarda-me essa boca para a chucha!
Não temas, filha, é certo que eu não falho!

E entre um forame e outro, são sardinhas!
Tudo é do bom, mulher, nenhum dá estucha!
Importa é pôr-lhe dentro o meu caralho!

Lisboa (Sapadores), 02/01/08

III

João do Coice, um homem com H,
Lia descansado, junto ao fogo,
Uma revista (de homens, claro está)
Com gravuras de caça lá do Togo.

Angélica, sua esposa, vendo ao longe
O conteúdo ígneo das gravuras,
Gritou: «Ai que desmaio! Chama um monge!
Preciso de benzer as queimaduras!»

O cônjuge (que já sabia a peça)
Tirou do nome o Coice e com destreza
Foi pô-lo na vivaz lareira acesa!

Solícito, o Viril viu com surpresa
Como ela se agitava; e disse: «Homessa!
Meu anjo, calma, a missa mal começa!»

Lisboa (Sapadores), 03/01/08

IV

Alice era pancada sem piedade
Por Manuel Maria, um meliante:
O biltre azorragava na beldade
Como um sátiro pela uma bacante!

Mas ‘inda que o Barbosa se esforçasse
Não tinha dessa virgem mais que arrufos
E juras de que homem que a atiçasse
Seria só Miguel, o Enraba-Bufos!

E o bufo, furioso, lá bufava,
E em vão zurzia a diva que amuava!
«Eu fodo a puta, e a puta não reage?!

Ingrata – disse então – tu és rameira!
Mas nem que eu perca aqui a noite inteira,
Hás-de dizer que te fodeu Bocage!»

Lisboa (Sapadores), 05/01/08

V

Lascivos, Lim Po Po e Lim Po Ku
Eram ditosos manos siameses;
Comiam, sem estranhar, soja e bambu,
De acordo com os seus hábitos chineses.

A Lim Po Po pediam as donzelas
Que tirasse o cotão de suas casas;
E ao mano Lim Po Ku rogavam elas
Que lhes lavasse as cinzas de outras brasas!

E os manos, serviçais e prazenteiros,
Obedeciam, mansos como um potro,
Das báquicas noviças a tais manhas!

E, se sobrava tempo aos dois carneiros,
Iam, com gula, limpar um do outro
Os ninhos conspurcados, das aranhas!

Lisboa (Saldanha), 04/01/08

VI

Lisetta, minha querida, Gabriel,
Afiançou-me com fulgente apego,
Que a cura do seu drástico insossego
Seria experimentar vosso dossel.

Falta porém substância ao desgraçado
Com que lhe seja dado dar-vos graças;
Quer ele relevar vossas pirraças,
E aplacar o ardor desatinado!

Ofereço-me pois eu, bojudo frade,
Como instrumento dessa caridade
De vos render um arcanjo por amante!

Deponho-me aqui, nu, simples matéria,
Parte sensível de outra mais etérea…
Vinde ora vós orar um bom instante!

Bruxelas, 14/02/04

VII

Portugueses, eu, O Restaurador,
De nome D. João, que será quarto,
Prometo, hoje, restaurar a dor
De que este povo português está farto!

Eu sou a alegoria do Futuro,
O Princípio do Novo Portugal:
De Salazar, cornípeto casmurro,
A Santana, histrião Universal!

Eu sou a Consciência, vulgo meu,
Da Dimensão que Portugal perdeu
Por ter por tino pasta de ceróis!

Eu sou o Entono deste país lento,
Que há-de acordar, um dia, num lamento,
Por ter expulsado os cérebros espanhóis!!!

Lausanne, 01/12/04

VIII

Laurinda, obedecendo a sua mãe,
Mungia a sã Mimosa, vaca mansa;
Empenho, é certo, tinha; e uma pujança!
Mas, por verdura, não mungia bem…

Mugia bem Mimosa, no entanto,
Por ver tão mal cuidadas suas tetas!
Chegou, em seu socorro, o Zé das Petas,
E disse à moça, já lavada em pranto:

«Laurinda, linda, deixa que eu te ensino:
Mungir é arte: Pede amor e tino.
Queres leite? Dou-te leite, e já sem borra!

Como lição, munge este porro um pouco –
Tem leite não de vaca nem de côco,
Mas de uma divinal fonte de esporra!»

Lisboa (Sapadores), 05/01/08

IX

Porque a publicidade (que é um deus)
Aventa praticar sexo seguro,
E porque na morada dos Mateus
Se estreita o cinto no último furo,

Chegou-se à conclusão, após debate,
Que o meio de foder sem ter abalos,
E sem dar às finanças xeque-mate,
Seria pela ré, com intervalos.

De início, Rosinha, era sussurros;
Depois já vozeava feias frases,
Até que, não podendo, foi aos murros!

Mas Rui, inamovível, disse: «Ou fazes…!»
E da boca da pobre saem urros,
Do cu, como suspiros, longos gazes…

Lisboa, (Sapadores), 06/01/08

X

Já Bocage não sou, que me roubaram
A fama de Senhor dos Putanheiros!
A mim, que arrepiei onde estacaram
Os mais afoitos e ágeis fodilheiros!

A mim, que operei no cu de deusas
Mais maravilhas do que vimos delas,
Vêm dizer-me umas ambíguas Neusas
Que há um Fulano-Mestre-das-Pielas!

Que espanto é este, amnésicas coironas,
Se me precede a verga desde Goa,
Onde corri e comi cada bordel?!

Dizei Cochim, provei todas as conas!
Nos Mares da China o meu nome ressoa!
Mas quem ouviu falar deste Miguel?!!!

Lisboa (Sapadores), 04/01/08

Il Milione - Relatos da Tartária III - Sobre os Manos Siameses

Hoje, ò Ilustre, vou contar-te uma pequena história curriqueira. É uma parábola ilustrada sobre aquelas pessoas tão amigas, que não se largam em circunstânciaalguma; mesmo quando parecem inimigas, amam-se incondicionalmente, e, o que uma faz, a outra faz também:

Na casa do PSI20, encontramos, frequentemente, os manos BCP e BPI, no seu sofá, a ver televisão. E, não poucas vezes, podemos assistir a esta conversa:

Mano BCP: Estou cansado de ver este programa. Acho que vou lá abaixo.
Mano BPI: Espera que eu já desço!!!!´

(Mais tarde:)

Mano BPI: Estou cansado de estar aqui em baixo. Vou voltar lá para cima.
Mano BCP: Espera que eu já subo!!!!!

(Mais tarde:)

Mano BCP: Acho que hoje não me apetece mesmo sair daqui. Até se está bem com a TV e a cervejinha, ãh?
Mano BPI: Sim, está-se muito bem. Mas hoje esta programação da DAX não está grande bisca. Faz lá um zapingzinho, mano - Espreita num instanteo o CAC ou o IBEX... Parece que hoje ia dar um filme de acção... Era com a AXA ou a TELEFONICA?
Mano BCP: Ora deixa cá ver... Olha, entretanto liga aí ao Constâncio! Pergunta-lhe se quer vir ver o filme connosco!
Mano BPI: Epa, que grande ideia!!! Vou já ligar... Tô Constâncio?... Óptimo! Porreiro pá! Cá te esperamos! ... E olha, não te esqueças das pipocas!!!!

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É assim a Banca em Portugal... Que país maravilhoso, ò Grande Khan! Deixa saudades de lhe ter saudades! Que pena não ser parte do teu Reino!

Il Milione, Relatos da Tartária II - Sobre o Milagre do Fim do Indefinido

Aleluia, está decidido!!!! Parece que o Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota, de Portela + 1 a Freixo de Espada à Cinta, vai ser em Alcochete!, essa bela localidade!!!! Aleluia, Altíssimo!!! (Perdoa-me, ò Khan, invocar o Cristianismo!) Kyrie, Hossna, Hossana, Kyrie!!!

P.S: Para quando o Parque Infantil, Sr. Ministro?

Evil Qualquer Coisa

Finalmente Portugal (e com o nome bem escrito!) aparece no site da Reuters por bons motivos (e ainda para mais culturais!!!). Ora veja-se o espanto (lá por fora...):

A performer dressed as a vacuum cleaner takes part in a media rehearsal for the world premiere of "Evil Machines" directed by former Monty Python starTerry Jones at Sao Luis theatre in Lisbon, Portugal, January 9, 2008.REUTERS/Nacho Doce
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«And now for something "really" completly different», voltemos à senda habitual (... E cá dentro... ):

Mais um capítulo da novela do costume -
Ò imbecil tacanhez! -
Isto, sim, é diabólico!!!!





quarta-feira, janeiro 09, 2008

2008 - Afinal há Esperança!

As Eleições Norte Americanas têm sido, como lhes é apanágio, um circo de entusiasmantes incógnitas. Há porém, à partida, uma certza mais entusiasmante que todos esses mistérios, que me enche de esperança em relação ao futuro:

Este senhor:
Não vai lá estar!!!!!!!!!!
Allaho Akbar!!!

domingo, janeiro 06, 2008

Il Milione/ Il Millenium BCP - Relatos de Marco Polo I - Sobre as Artes Invisíveis

Oh Grande Kublai Kan!, enfim venho falar-te das maravilhas do Mundo! Além dos teus domínios, numa outra Tartária, existe um Reino Quase Fantástico a que os homens que lá vivem dão o curioso nome: Portugal. Originais em tudo quanto fazem (até na sua preguiça), estes homens têm um talento particular para o exercício das Artes Invisíveis. São capazes das maiores barbaridades sem que ninguém, mesmo sabendo delas, possa vê-las, afinal, acontecer: Os seus actos detectam-se pelas consequências que têm e não pela sua execução.

Esta Arte da Invisibilidade, praticada e aperfeiçoada ao longo dos séculos, é aplicada nos mais variados meios com os mais variados fins. Não me crês? Pois vê, ò Grande, este singular exemplo: Nesta Tartária (não muito longínqua - pois afinal, além do teu Império, o Mundo é tão pequeno!) dá-se, neste momento, uma Guerra singular pelo controlo do Mercado Bancário. Uma Guerra que, como todas as Guerras, é política, ainda que, em todas elas, haja quem queira falar de sentidos humanitários, e religiosos, e sociais, e comunitários, e económicos... Por mais que as razões apelem ao sentimento ou, numa forma mais crua, às simples leis do Mercado, há sempre uma Razão de Estado (isto é, de Poder e da Vontade de obter o seu exercício) a interferir sobre a pertinência e o sentido de todas elas. Assim, depois de um curioso historial do que se supõe geralmente ser corrupção interna e externa (com conivência passiva das autoridades regentes ao longo de uns bíblicos sete anos), do que se imagina ser tráfico de influências, do que se observou ser guerrilha por conquista de uma e outra parte concorrente (OPA-Assumida VS OPA-Camuflada BCP-BPI e vice versa), chegam estes Mestres do Disfarce ao ponto alto da sua Arte do Invisível: Despoletar uma Guerra Partidária, de subtilíssimo (mais uma vez só se distinguem consequências!), subtilíssimo perfil, em pleno campo económico e privado.

Por um lado, um Governo com elementos sem força própria que, para a mostrar, precisam de usar as armas mais elementares do Totalitarismo; um Governo que, vendo-se subitamente em cheque pelo estalar de um escandalo que por sucessivas administrações deixou passar, procura encobrir a mancha no soalho da sua imagem exterior com um recurso de última hora que, a um tempo, possa garantir a impressão de estabilidade, controlo, segurança, intervenção, conhecimento e sageza: A medida? Recruta um alto funcionário da Banca Pública para o controlo do maior Banco Privado Nacional.

Efeito prático previsto para um futuro próximo? Pois já se vê, ò Grande Kan, qual deve ser!: Num impressionante gesto de invisibilidade (afinal, até, algo visível!) esse Governo controla uma percentagem impressionante do mercado financeiro dessa original Tartária, por ter nas mãos os cordões de titereiro do Banco Estatal e da mais representativa fatia da Banca Privada. Todos querem o teu Ceptro d'Ottokar!

E a Oposição, por seu turno (que muito democraticamente varia -numa riqueza de opções nunca vista - entre duas grandes forças que se alternam e "desalternam" no Poder [PS-PSD]), agora encabeçada pelo Sr. Dr. (porque,outro pormenor notável da cultura deste povo, até o sapateiro é Doutor) Luís Filipe Menezes (PSD) - este Sr., por acaso, só para contrariar, é realmente médico mas não está, segundo creio, em exercício -, parte também ao ataque, engendrando, sobre o minuto final, este magnífico plano: Cria uma outra Lista, paralela àquela Oficialmente-Não-Governamental, com um outro lider em consideração, lista essa e lider esse, cujos membros são, por mera coincidência (enigma do Destino), filiados ou simpatizantes do...PSD.

Em todas as culturas, Grande Kan,se acham maravilhas e lições. Deste povo eu te proponho, ò Rei dos Reis, a inspiração da subtileza, instrumento da Invisibilidade, e elemento revolucionário da Arte Sublime e tão difícil (mas que tu, ò Sábio!, bem conheces) de Bem Governar... E por hoje deixo aqui o meu relato... Que as estrelas te tragam um bom ano, Kublai Kan, e a todos os teus súbditos, de Aquém e Além Tartária, sem distinções, por agora, da sua idoneidade..
Il Milione...

O Monstro do Pântano Ataca de Novo...

O Gume regressa temporariamente dos Mortos, para temporariamente matar saudades de si próprio. A doença é breve e há-de por certo passar, como todas as doenças. Não será grave; e indiferentes deverão manter-se a presença e a ausência ja que, segundo consta, o gume é o único leitor de si mesmo. Vicissitudes...