quinta-feira, julho 26, 2007

Já Chegamos à Medeira IV - Recordações da Casa Amarela (Ou Uma Carta da Minha Obsessão)

In Público:
Jardim: "Quem tem obsessões com a Madeira, trata-se"
O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, recusou hoje "alimentar o folhetim do aborto" e aconselhou "quem tem obsessões com a Madeira" a tratar-se, em resposta ao primeiro-ministro, que ontem considerou "inadmissível" a suspensão da nova lei na região.

«Querido Tio Adalberto,
O Gume está cheio de Obsessões pela Madeira.
Seria penoso descrever-lhe todas elas, por serem muitas e algumas vergonhosas, de foro muito íntimo. Porque admira muito o tio, porque em aspectos inumeráveis o tio suscita a veneração gúmea, diria até a idolatria, o Gume vai, mesmo doendo e custanto como custa e dói, confessar, ainda assim, algumas delas:
O Gume vive obcecado pela bananita madeirense, que, à imagem do seu lider, é pequenina, docinha, roliça, empapada e mole.
O Gume vive obcecado pela vegetação madeirense que, à imagem do seu líder, tende, em teoria, para a direita, mas na prática para onde dá o vento (que é muito próprio, muito pessoal); em teoria é verde, mas na prática é amarelada e curtida, alaranjando, reburescendo, enegrecendo, apodrecendo, degradando-se como os ares e os humores; em teoria é fresca, mas na prática envelheceu e tresanda.
O Gume vive obececado pela gastronomia madeirense que, à imagem do seu lider, deixa primeiro um travo bom, e doce, e parece puxar para a folia, mas que depois amarga na boca e dá cólicas e outras dificuldades intestinais.
O Gume vive obececado pelo Líder madeirense que, à imagem de si próprio, é patuscamente egocêntrico e megalómano, alienado e bufão, prepotente e gordo, rabugento e feio, soberbo e mandrião, esgadelhado e flácido, ditador e burro, manda-chuva e molha-tolos, cabeçudo e coirão!
E o Gume, ò sordidez inexplicável!, vive obececado pela obsessão!
E, em homenagem ao tio, já está em tratamento - é até do sanatório (do tal sanatório amarelo), que em ânsias e vénias lhe escreve.
Que o tio perdoe esta sinceridade, em nome do culto que humildemente lhe presta,
Subscrevendo-se e inclinando-se,
O Gume».

Fim de Correspondência.