segunda-feira, junho 04, 2007

Blogovisão do Absurdo - Telaéjornal - Conferência de Imprensa - Entrevistas

JORNALISTA 1 (devidamente credenciado com aval do Estado): Senhor Ministro, hoje, 04-06-2007, difundidas pela agencia Lusa, começaram a circular noticias sobre uma grande medida do governo no que respeita à promoção além fronteiras do nosso país. É finalmente agora que vamos reduzir o défice e relançar a nossa Economia?
J.S.: Com certeza que sim. Repare: Como sabe estamos num período de contenção, e portanto não estamos para loucuras. Por isso começámos desde já por promover uma linha de crédito ao turismo de 120 milhões de euros através da assinatura de diversos protocolos bancários visando a abertura de uma linha de crédito (é importante, creio, realçar que a linha é de crédito) do valor que indiquei para apoiar "projectos turísticos viáveis e que contribuam para os objectivos do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT)". E estamos tão confiantes e tão entusiasmados com a ideia, que a cerimónia de assinatura dos protocolos com 15 instituições bancárias será presidida pelo ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e realiza-se já na próxima terça-feira. Não é maravilhoso?
JORNALISTA 2: Bom, mas Senhor Ministro, como pode uma linha de crédito promover o progresso do país e o relançar da nossa Economia num plano internacional?
J.S.: Minha senhora, é muito simples: o Estado é um negócio. Se há linha de crédito estamos a falar de um empréstimo. Se há empréstimo há juros. Se há juros, nós ganhamos. Nada mais linear. É upa! upa!
JORNALISTA 2: Perdão? Mas, bom, Senhor Ministro, a linha de crédito vai ser em favor do Estado, isto é, é o Estado quem contrai o empréstimo e não quem o concede. Não estará eventualmente, com esta medida, a aumentar o passivo? Nesse caso o «upa, upa» como lhe chama, esse big boom económico poderá estar a causar um desiquilíbrio na economia, não é verdade?
J.S.: Bom, começo a distinguir alguma impertinência nas suas observações. Mas sobre isto devo dizer o seguinte: Independentemente do sentido do crédito, o que importa é que tomámos medidas. O povo precisa de ver um Estado de acção. O resultado vai ser mau invariavelmente. Que tenha então movimento. Quanto ao equlíbrio de que fala com tanto sofisma, devo dizer que o equilíbrio é pernicioso à democracia e apela a um sistema de regras que restringe, que sufoca a liberdade de expressão. E essa liberdade de expressão é, como sabe, uma das premissas substanciais de defesa do meu Governo. Creio aliás ter deixado isso bem claro no exemplo que dei ao vir apoiar aquele professor meia-leca que achou divertido fazer, em hora de convívio, na sala de professores, uma piadita fácil à legitimidade da minha licenciatura. Naturalmente ficará com a carreira congelada e terá uma reforma a pão e água. Mas eu vim apoiá-lo! Outro assunto.

(Muitos gritos, muitos braços no ar)

JORNALISTA 3: Senhor Ministro!
JORNALISTA 4: Senhor Ministro!
JORNALISTA 5: Aqui, aqui, Senhor Ministro!
J.S.: Aí, a senhora de azul, qual é a sua questão?
JORNALISTA 9: Bom, Senhor Ministro, a Lusa também divulgou hoje, 04-06-2007, que os professores ameaçam entupir os tribunais com uma contestação generalizada ao concurso de titular, que poderá constituir-se por milhares de processos. O que tem a dizer sobre isto?
J.S.: Bom, minha senhora. Vejo já que escolhi mal e que a senhora é também uma dissidente. Tenho de fazer mais visitas à Madeira e aprender mais com o Alberto João. Mas por agora, para si, tenho só esta resposta, que é muito simples:



Está a ver? É o novo DezInTopX10000. Traz dez processos para o cimo da pasta de arquivo a uma velcodade de 500 km por hora, atingindo os 10000 volts por segundo. Uma beleza!

TODOS: Ena!

J.S.: Efectivamente, nada melhor! E em caso de dificuldades no processo de restabelecimento das vias respiratórias da canalização processual, recorremos ao Crédito. Há mais perguntas?
JORNALISTA 6: Senhor Ministro! ...
JORNALISTA 7: Senhor Minstro! ...
JORNALISTA 8: Senhor Ministro!...
J.S.: Muito bem. Está encerrada a conferència...



(...)


... Por tudo isto, cautela, que um político sabe-as todas, caro blogoespectador! Olho vivo!